sábado, 25 de junho de 2011

O primeiro


Inspirado por um tópico de um fórum que costumo frequentar, fui buscar à gaveta das recordações o bilhete daquele que foi o meu primeiro concerto a sério, isto sem contar as cenas punk anarcas que via na terrinha. Infelizmente ou não só tive o meu primeiro concerto aos 17 anos, o facto de não viver na cidade e de a maior parte dos eventos ser durante a semana nunca me possibilitaram a ida a outros que gostaria. 
Lembro-me de na noite anterior não conseguir dormir, tal era a excitação, mas também sei que  assim que desci do carro à porta do estádio de Alvalade, tudo isso se foi embora, e finalmente um sonho ia ser realizado, desde o stress de tentar entrar com uma máquina fotográfica, ao não apetecer comer, passei por tudo.
Na altura, era um grande fã de Marilyn Manson e Deftones, portanto seria a estreia perfeita, também gostava de Audioslave e na altura até tinha ouvido decentemente o álbum dos Disturbed, já Primitive Reason passavam-me ao lado. 
Entrei no recinto já os Primitive estavam a acabar, seguiram-se os Disturbed, cujas peripécias do vocalista me deliciavam, o senhor tinha a mania que era o Tarzan. Entretanto após isso, subiram ao palco os Audioslave, era a primeira grande actuação para mim, na altura o primeiro cd rodou bastante na aparelhagem, o facto de juntarem a voz de Soundgarden aos instrumentos dos RATM, parecia ideal, penso que tiveram uma grande actuação, e realmente fizeram as delicias dos fãs ao tocarem um ou duas músicas de Soundgarden.
Quando os Deftones entraram em palco, aquilo foi a maior brutalidade que já tinha visto até então, o pessoal delirava, era tudo à porrada, tudo a cantar, tudo a atropelar-se, ainda me lembro de temer pela vida quando sei lá como fui parar às grades da frente. O que é certo é que jamais esquecerei este concerto, a banda teve uma pretação que ainda hoje em dia tenho como das melhores que já vi. Actualmente deste leque de bandas são a única que ainda oiço.



Chegada a entrada do sr. Manson e companhia, e veio a maior desilusão de sempre em termos de concertos, foi aqui que se deu o divórcio, que chegou ao ponto de hoje em dia só tolerar ouvir um álbum. Talvez a espectativa fosse muita, o certo é que foi uma desilusão completa, uma banda em velocidade de cruzeiro, com exagero na teatralidade, aliás foi mesmo mais o espalhafato que a música infelizmente, e depois ainda por cima tivemos acesso a uma actuação curta e sem direito a encore. Se calhar até foi bom para evitar mais sofrimento. Dois anos mais tarde calhou-me outra vez a fava noutro festival e não é que a actuação foi exactamente igual.
Esta primeira experiência teve os seus altos e baixos mas ficará sempre guardada na memória e ainda está algo fresca.

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